Conhecendo o Sistema Imunológico

O sistema imunológico, também chamado de sistema imune, é um conjunto de órgãos, tecidos e células responsáveis pelo combate a microrganismos invasores. Dessa forma, garante proteção ao nosso corpo e evita que substâncias estranhas e agentes infecciosos afetem negativamente nossa saúde, funcionando como uma grande barreira de proteção. A palavra Imunidade tem origem do latim, IMMUNIS (livre de impostos, de obrigações), mas nesse caso seria livre de agentes patógenos e/ou agressores.

Imunidade é a capacidade do nosso corpo de nos proteger contra os diversos agentes infecciosos existentes e quem nos garante isso é o nosso sistema imunológico. A imunidade pode ser classificada em inata e adquirida.

A imunidade inata é a que o indivíduo possui desde o nascimento. Nela temos barreiras naturais, como pele e mucosas (do trato gastrointestinal, respiratório e geniturinário) e também agentes internos, como leucócitos e células fagocíticas. Além disso, existe uma resposta rápida após ter contato com algum agente infeccioso (0-4 horas), mas ela é inespecífica e de curta duração. Já a imunidade adquirida se desenvolve ao longo da vida, de acordo com o contato prévio com agentes infecciosos. Seu início é um pouco mais tardio (após 96 horas), mas leva à produção de anticorpos específicos e produz uma memória imunológica.

A memória imunológica ocorre quando nosso sistema imunológico cria células de memória contra um determinado agente infeccioso, nos concedendo assim uma proteção duradoura por anos ou até mesmo pelo resto da vida. Dessa maneira, quando somos expostos novamente a esse agente infeccioso, a resposta do nosso sistema imune será mais rápida e forte.

E esse é o mecanismo de ação das vacinas (imunidade ativa), levam à produção de anticorpos que geram uma memória imunológica contra um determinado agente infeccioso. Como assim? Nas vacinas existe um agente (podendo ser morto, atenuado ou mesmo partes desse agente) causador de uma determinada doença, o qual é aplicado em uma pessoa a fim de estimular seu sistema imune a produzir anticorpos contra esse agente infeccioso. Se essa pessoa tiver um novo contato com esse mesmo agente, seu sistema imune responderá de forma mais rápida e específica, evitando o surgimento dessa doença ou da sua forma grave.

O Sistema Imune da criança inicia seu desenvolvimento no início da gestação (fase embrionária e fetal) e continuará após o nascimento, chegando ao seu amadurecimento total somente na adolescência. Por isso, as crianças, em especial as menores de dois anos, são mais suscetíveis a infecções, já que seu sistema imunológico ainda está em formação. Por esse motivo é tão importante o aleitamento materno (pois através dele são passados anticorpos da mãe para o filho) e as vacinas (as quais induzem a memória imunológica contra agentes infecciosos potencialmente graves).

E o que acontece se nosso sistema imunológico não trabalhar eficientemente? Resumidamente, as disfunções do sistema imunológico podem levar a três desordens clínicas:

• Doenças autoimunes: quando nosso sistema imunológico tem uma disfunção e confunde células do nosso próprio corpo como se não fossem nossas, gerando uma resposta imunológica contra si mesmo, atacando células e tecidos do organismo e levando à disfunção e/ou destruição dos mesmos. Exemplos de doenças autoimunes: lúpus eritematoso sistêmico, esclerose múltipla, diabetes tipo 1 e doença celíaca;

• Doenças alérgicas: alergia é uma resposta imunológica exagerada do nosso organismo contra determinados agentes do meio externo, chamados de alérgenos. Dentre os principais alérgenos estão os ácaros, fungos, insetos, pelos de animais, alimentos, pólens e medicamentos. Esse mecanismo de exacerbação do sistema imune acontece por uma predisposição genética, levando à manifestação de diversas doenças como rinite alérgica, alergia alimentar, reação medicamentosa, asma, dermatites entre outras;

• Imunodeficiências: ocorrem quando há uma desordem na capacidade do nosso sistema imunológico em exercer sua função de nos defender da invasão de microrganismos, podendo resultar em uma maior suscetibilidade a processos infecciosos, se manifestando como infecções recorrentes ou infecções oportunistas. Existem as Imunodeficiências primárias (são defeitos congênitos e atualmente chamadas de Erros Inatos na Imunidade) e as Imunodeficiências adquiridas e secundárias (causadas secundariamente por infecções, medicamentos, câncer, entre outros).