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Alergia ao látex

A alergia ao látex é uma reação anormal do sistema imunológico que pode acontecer em algumas pessoas quando entram em contato com esse material. Trata-se de uma borracha natural proveniente de um líquido leitoso das seringueiras (Hevea brasiliensis).

Esta substância está presente em materiais feitos de borracha como, por exemplo, luvas, preservativos, brinquedos, chupetas, bicos de mamadeiras e balões, além de materiais de uso hospitalar como sondas e equipos. Reações ao látex são comuns em profissionais da área de saúde, bem como em pessoas submetidas a procedimentos médicos. Portanto é um tema de grande interesse aos profissionais dessa área.

Na população infantil, essa alergia é mais comum em crianças submetidas frequentemente a procedimentos médicos, como as portadoras de mielomeningocele, que necessitam realizar sondagem vesical de alívio diversas vezes ao dia.

Sintomas de alergia ao látex

Os sintomas da alergia ao látex podem ser variados e decorrem do contato direto do material com a pele. Incluem reações imunológicas, podendo ser tardias, como dermatite de contato, ou reações imediatas, como urticária, asma, sibilância, rinoconjuntivite e anafilaxia. Além disso, podem ocorrer reações não imunológicas, como as dermatites irritativas nas áreas de contato.

Nos pacientes alérgicos, devemos estar atentos a uma doença chamada síndrome látex-fruta ou síndrome látex-pólen-fruta. Isso porque cerca de 30 a 50% das pessoas com alergias mediadas por IgE à substância podem apresentar sintomas de alergia com frutas ou polens, os quais podem ter reação cruzada com o látex.

Mais de 20 alimentos já foram relatados como causadores da reação látex-fruta. Entre eles destacam-se: castanha portuguesa, banana, abacate, kiwi, mamão papaia, manga, maracujá, pêssego, abacaxi, figo, melão, damasco, ameixa, uva, lichia, cherimoia, acerola, jujuba, tomate, batata, mandioca, espinafre, pimentão e trigo sarraceno. E os alérgenos ambientais mais envolvidos são a bétula e gramíneas. Habitualmente surge, em primeiro lugar, a sensibilidade ao material e, por consequência, às frutas. Todavia, também pode ocorrer o inverso.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito pela história clínica, exame físico e realização da investigação do IgE específico para látex, através do prick test (teste de puntura ou teste de alergia) ou então pela sua dosagem sérica.

Entretanto, uma forma simples para testar a alergia ao material consiste em cortar um dedo de uma luva de látex. Em seguida, veste esse pedaço de luva no dedo por cerca de 30 minutos. Logo depois desse tempo, deve-se observar se surgiram alguns dos sintomas típicos como, por exemplo, vermelhidão e inchaço.

Tratamento de alergia ao látex

O tratamento consiste em excluir o contato com a substância e alimentos, quando comprovada a reação cruzada entre eles. Assim como orientar o paciente sobre qual conduta tomar frente a uma exposição.

Por fim, é essencial que o paciente tenha uma declaração sobre sua alergia ao látex para ser mostrada em todo e qualquer procedimento cirúrgico e odontológico. Isso porque, de acordo com o tipo e da intensidade da manifestação alérgica, será necessário realizar procedimentos em locais chamados Látex Free. Ou seja, ambientes hospitalares ou odontológicos em que não exista nenhum material, equipamento ou produto feito da substância. Nesse sentido, a preferência é para equipamentos que sejam feitos de outros materiais, como luvas de polietileno, nitrilo, silicone ou polivinil, por exemplo.

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