Imunodeficiências

Sistema Imunológico

Imunodeficiências

Elas ocorrem quando há uma desordem na capacidade do nosso sistema imunológico em exercer sua função de nos defender da invasão de microrganismos. Assim, pode resultar em uma maior suscetibilidade aos processos infecciosos, se manifestando como infecções recorrentes ou oportunistas (que evoluem com maior gravidade em relação as que acontecem com pessoas saudáveis).

 

Podem ocorrer por um defeito genético e serem congênitas (desde o nascimento) ou secundárias a medicamentos, infecções, tumores, doenças metabólicas e desnutrição, por exemplo. São classificadas como Imunodeficiências Primárias (atualmente chamadas de Erros Inatos da Imunidade) e as Imunodeficiências adquiridas ou secundárias.

 

1) Erros Inatos da Imunidade – EII (Imunodeficiências Primárias):

 

Trata-se de um grupo heterogêneo de doenças de origem genética que estão associadas a defeitos congênitos, relacionados a danos no desenvolvimento e/ou função do sistema imunológico. Este grupo de doenças pode acometer tanto a imunidade adaptativa, que corresponde à resposta imunológica humoral e celular, como a imunidade inata, que são mecanismos inespecíficos mediados por barreiras epiteliais, proteínas do sistema complemento, distúrbios de células T e células B, entre outros.

 

Os Erros Inatos da Imunidade são classificados em oito categorias definidas pela International Union of Immunological Societies (IUIS):

 

  • Imunodeficiências combinadas das células T e B;
  • Síndromes de imunodeficiência bem definidas ou imunodeficiências combinadas com características sindrômicas;
  • Deficiências predominantemente de anticorpos;
  • Doenças da desregulação imunológica;
  • Defeitos de número ou função de fagócitos;
  • Defeitos na imunidade inata;
  • Distúrbios auto inflamatórios;
  • Deficiência de complemento.

 

Os EII representam um grupo de doenças reconhecidas há poucas décadas e cuja lista vem aumentando rapidamente, de forma que cerca de 160 diferentes tipos de EII já foram descritos. Embora inicialmente apontadas como raras, estas doenças ainda têm sua real prevalência desconhecida, mas existem evidências de que sua incidência possa ser de aproximadamente 1 em cada 2000 indivíduos. O não conhecimento destas doenças leva ao retardo de diagnóstico, muitas vezes por anos, com repercussões graves e algumas vezes fatais.

 

As manifestações mais comuns dos EII são as infecções de repetição, que variam conforme a porção acometida do sistema imunológico, variando entre infecções leves, graves e até mesmo óbito. Comumente essas infecções estão associadas a complicações graves, infecções de múltiplos órgãos, resistência ao tratamento convencional ou têm como causa microrganismos oportunistas.

 

Atualmente, alguns Erros Inatos da Imunidade podem ser detectados pelo teste do pezinho (como a Imunodeficiência Combinada Grave, a qual pode ser fatal), mas esse teste ainda não é coberto pela rede pública.

 

2) Imunodeficiências secundárias ou adquiridas:

 

As Imunodeficiências também podem ser desenvolvidas e/ou adquiridas por fatores externos ou doenças, sendo chamadas de Imunodeficiências adquiridas ou secundárias. As causas mais comuns deste tipo de imunodeficiência são:

 

  • Desnutrição, queimaduras extensas, pós cirúrgicos traumáticos e complicados;
  • Envelhecimento;
  • Medicamentos (quimioterapia, drogas imunossupressoras, anticonvulsivantes, corticoides);
  • Câncer: em especial leucemia, linfoma, mieloma múltiplo.
  • Doenças crônicas: síndrome nefrótica, anemia falciforme, hepatites crônicas, cirrose alcóolica, lúpus, diabetes melitus;
  • Agentes infecciosos: vírus HIV, citomegalovírus, vírus da rubéola, vírus do sarampo, vírus da varicela, bactérias, fungos, etc.

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